Quando menos se espera, aparece no grupo da família outro vídeo de um tal médico famoso não sei de onde falando contra a vacina da covid-19.
Pensei que já estivesse pacificado.
Parece que não.
Ainda há muita gente pregando contra a vacina sem levar em consideração que, não fosse ela, continuaríamos na pandemia e mais de um milhão de brasileiras e brasileiros certamente já teria partido.
Daí fui pesquisar sobre o movimento antivacina.
Descobri que ele é muito antigo, vem do século 18, das epidemias de varíola.
Tudo começou quando uma aristocrata e escritora chamada Lady Mary Wortley Montagu (1689 - 1762) levou a prática da variolação de Istambul para a Grã-Bretanha em 1718.
Ela queria proteger seu filho de cinco anos.
Consistia em colher o pus das pústulas de uma pessoa doente e colocá-lo em contato com o organismo de uma pessoa sadia. Percebeu-se que essa prática proporcionava certa proteção contra a varíola.
De cara os médicos britânicos rejeitaram a ideia e atribuira-na ao curandeirismo oriental.
Em 1721, Lady Montagu também fez a variolação em sua filha, em meio a nova epidemia de varíola,.e a partir daí a notícia se espalhou pela aristocracia britânica da época.
Mas houve resistência, claro. Sabe de quem? De muitos médicos e da igreja.
De lá pra cá, uma mistura de discurso religioso com pseudociência desacraditam constantemente as vacinas, negando completamente os avanços científicos e a redução considerável de mortes ao longo do tempo.
Mas sabe o que eu acho mais interessante?
Não há evidências que sirvam aos antivax. A necessidade de acreditar naquilo é muito maior e se transforma quase numa causa. Com aliados e inimigos. Com entendidos e desentendidos. E um monte de desinformação.
O movimento antivacina tem se intensificado nos últimos tempos, sobretudo com o crescimento da extrema direita mundo afora.
É uma tristeza.
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