02 março 2025

Antivax

Vejam só.
 
Quando menos se espera, aparece no grupo da família outro vídeo de um tal médico famoso não sei de onde falando contra a vacina da covid-19.

Pensei que já estivesse pacificado.

Parece que não.

Ainda há muita gente pregando contra a vacina sem levar em consideração que, não fosse ela, continuaríamos na pandemia e mais de um milhão de brasileiras e brasileiros certamente já teria partido.

Daí fui pesquisar sobre o movimento antivacina.

Descobri que ele é muito antigo, vem do século 18, das epidemias de varíola.

Tudo começou quando uma aristocrata e escritora chamada Lady Mary Wortley Montagu (1689 - 1762) levou a prática da variolação de Istambul para a Grã-Bretanha em 1718.

Ela queria proteger seu filho de cinco anos.

Consistia em colher o pus das pústulas de uma pessoa doente e colocá-lo em contato com o organismo de uma pessoa sadia. Percebeu-se que essa prática proporcionava certa proteção contra a varíola.

De cara os médicos britânicos rejeitaram a ideia e atribuira-na ao curandeirismo oriental.

Em 1721, Lady Montagu também fez a variolação em sua filha, em meio a nova epidemia de varíola,.e a partir daí a notícia se espalhou pela aristocracia britânica da época.

Mas houve resistência, claro. Sabe de quem? De muitos médicos e da igreja.

De lá pra cá, uma mistura de discurso religioso com pseudociência desacraditam constantemente as vacinas, negando completamente os avanços científicos e a redução considerável de mortes ao longo do tempo.

Mas sabe o que eu acho mais interessante?

Não há evidências que sirvam aos antivax. A necessidade de acreditar naquilo é muito maior e se transforma quase numa causa. Com aliados e inimigos. Com entendidos e desentendidos. E um monte de desinformação.

O movimento antivacina tem se intensificado nos últimos tempos, sobretudo com o crescimento da extrema direita mundo afora.

É uma tristeza.

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