Ela é uma artista de rua. Canta músicas lindas, com sua voz límpida, a mioria em inglês. Está todos os dias na esquina da Jerônimo Coelho com a Felipe Schmidt a apresentar sua arte.
Vi algumas vezes pessoas colocando uns trocados no chapéu que deixava no chão diante da caixa de som. E, no meio da música, agradecia.
Certo dia passei bem perto dela. Cantava uma música qualquer dos Beatles. Me pus a ouvir e a saborear aquele momento. E que delícia de momento! Uma enxurrada de emoções tomou conta de mim. Fui cantarolando a música na mente até chegar em casa.
Artistas de rua me aquecem o coração no duro percurso diário ao trabalho. Ou na volta dele. Me indicam que a vida cotidiana não é só dinheiro, compras, vendas e negócios. Há algo que permeia tudo isso: a alma.
A função dos artistas de rua é mostrar que, apesar de muitos não acreditarem, temos uma alma que pulsa. Essa alma pode estar numa voz bem afinada, numa encenação, num artista-estátua, num truque de mágica...
Parar para apreciar essas manifestações artísticas é uma forma de alimentar a alma. Não é perda de tempo, como alguns pedem pensar. É polir a tempo.
A arte de rua me protege do que mais tento me distanciar: a dureza dos concretos do dia a dia. Além de estar alí, democraticamente, para animar a festa de quem passa.
Quanto a mim, aproveito cada segundo dos shows nas calçadas da cidade. Sou fã de carteirinha.
Por isso digo: viva os artistas de rua!
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